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* são deuterocanônicos


Deuterocanônico refere-se geralmentre a alguns livros e partes de livros bíblicos do Antigo Testamento que são utilizados por um grande numero de cristão ao longo da História do Cristiansmo, sendo considerados apócrifos no Judaísmo.

O termo "deuterocanônico" é formado pela raiz grega δευτερο [deutero](segundo) e κανονικο [canônico] (que faz parte do κανον [cânon].

No Cristianismo entende-se por Cânon o conjunto de livros que foram considerados inspirados e normativos.

Assim, o adjetivo "deuterocanônico" é originalmente aplicado a estes textos pelos cristãos, por considerarem ao longo da História do Cristianismo como inspirados e fazendo parte integrante da Bíblia, em um segundo momento. Sendo também a terminologia teológica correta aplicada a esse conjunto de livros.


O fato de não os considerarem inspirados por alguns, não caracteriza o descarte ou na desvalorização desses livros. Esse livros são considerados patrimônios históricos da fé, pois refletem e fizeram parte das crenças cristãs ao longo da História, sendo portanto de grande valor literário e religioso. Martinho Lutero reconhecendo a importância dos mesmos para a formação cristã incluiu na sua tradução da Bíblia para o alemão estes livros em apêndice.

Além da Igreja Católica Apóstolica Romana, outras igrejas utilizam-se dos livros Deuterocanonicos em suas Bíblias,como exemplo temos:


Lista dos livros deuterocanônicos[]

São deuterocanônicos os seguintes livros bíblicos:

Fora os livros deuterocanônicos podemos também encontrar fragmentos deuterocanônicas dentro de livros canônicos como:

  • adições em Ester
  • adições em Daniel - nomeadamente os episódios da Casta Susana e de Bel e o dragão

Origem dos deuterocanônicos[]

Os livros deuterocanônicos foram escritos entre Malaquias e Mateus, ou seja, numa época em que segundo o historiador judeu Flávio Josefo, cessara por completo a revelação divina. Entretanto segundo os Evangelhos a revelação do AT durou até João Batista (cf. Mt 11,12 Lc 16,16).

Os textos deuterocanônicos, atrás referidos, chegaram até nós apenas em grego (alguns escritos originalmente nessa língua, outros traduzidos duma versão hebraica, que se perdeu), fazendo parte da chamada Bíblia dos Setenta, ou Septuaginta, a tradução da Bíblia em grego, feita por volta do séc. III a.C, para uso dos judeus da Diáspora, e adoptada pelos cristãos desde o início como seu texto bíblico de referência. Tais textos não se encontram, pois, na Bíblia Hebraica ou Tanakh.

Num famoso encontro de rabinos judeus, o chamado Concílio de Jâmnia, realizado nos finais do séc. I d.C, destinado a procurar um rumo para o judaísmo, após a destruição do Templo de Jerusalém, no ano 70 d.C, os participantes decidiram considerar como textos canônicos do judaísmo apenas os que existiam em língua hebraica e que remontassem ao tempo do profeta Esdras.

Apesar da crítica moderna afirmar que vários livros que constam no Cânon Hebraico são posteriores ao tempo de Esdras (como é o caso do Livro de Daniel), os estudiosos explicam que os Fariseus não dispunham do método científico que existe hoje para se datar uma obra, ou mesmo para se atribuir a ela um autor. De qualquer forma, os critérios por eles adotados excluíram os livros deuterocanônicos do Cânon Hebraico (ou Judaico).

Os deuterocanônicos e a Igreja Primitiva[]

Estes livros eram já conhecidos pelos cristãos, que os citavam e utilizavam. Os estudisos encontraram citações destes livros nas obras de Ireneu, Justino, Agostinho, Jerônimo, Basílio Magno, Ambrósio e muitos outros. Assim, continuaram a ser considerados como inspirados por muitos deles. O assunto, contudo, não era pacífico, e houve bastante desacordo sobre o tema.

Muitos dos Pais da Igreja reconheceram o caráter canônico destes livros. Foi o caso de Ireneu, Justino, Agostinho, Cirilo, Cipriano e outros. Por sua vez eram considerados somente eclesiásticos por outros, isto é, não canônicos porém não contrários à Fé. Foi o caso de Melitão, Rufino, Atanásio e outros.

Jerônimo inicialmente negou a canonicidade dos deuterocanônicos. Porém, os estudiosos encontraram uma mudança posterior de sua opinião em suas cartas escritas a Rufino e a Paulino, Bispo de Nola.

Embora existisse discordância nas opiniões dos Pais da Igreja, esta discordância parece ter sido resolvida depois, ou então não influenciou o parecer comum da Igreja Antiga.

Nenhum Concílio da Igreja Primitiva recusou a canonicidade destes livros, ao contrário. Foram declarados canônicos nos Concílios regionais de Roma (382 d.C, dando origem ao Cânon Damaseno), Hipona I (cânon 36, 393 d.C), Cartago III (cânon 47, 397 d.C), IV (cânon 24, 417 d.C), Trullo (cânon 2, 692).

Um documento conhecido como Decreto Gelasiano (496 d.C) também confirma a canonicidade dos deuterocanônicos.

A aceitação comum dos deuterocanônicos como livros sagrados pode-se ainda atestar nas primeiras versões Bíblicas, como a Vetus Latina e a Vulgata. No Oriente, a Septuaginta foi adotada como a versão oficial do Antigo Testamento.

Os deuterocanônicos e a Igreja da Idade Média[]

No início do séc. XV, um grupo dissidente da Igreja Copta (também chamados de Monofisistas), conhecidos como Jacobitas questionaram o Cânon Alexandrino entre outras coisas. Em 1441, O Concílio Ecumênico de Florença, através da Bula Cantate Domino (4/2/1442) reafirma o caráter canônico do Cânon Alexandrino.

Com a Reforma Protestante, Lutero volta a questionar o caráter canônico dos Deuterocanônicos negando inclusive seu caráter eclesiástico, pois para ele estes livros eram contrários à Fé. Em 1545, é convocado o Concílio de Trento, que novamente afirma o caráter canônico do Cânon Alexandrino.

No início não houve consenso entre os Protestante sobre o Cânon do AT. O Rei Jaime I da Inglaterra, responsável pela famosa tradução KJV (King James Version), defendia que os Deuterocanônicos deveriam continuar constando nas Bíblias Protestantes. Praticamente na mesma época sugiu uma tradução conhecida como Bíblia de Geneva ou Genebra, que caracterizava os Deuterocanônicos como apócrifos.

Somente após a "Confissão de fé de Westminster" (séc. XVII), protestantes ingleses que eram influenciados pelo calvinismo e puritanismo removeram das suas listas os livros deuterocanônicos, passando a adotar como lista de composição do AT o Cânon Hebraico conforme instituído no Concílio de Jâmnia. Princípios desta confissão foram espalhando-se por várias denominações e seu conteúdo funcionou como resposta ao concílio de Trento.

Os deuterocanônicos e a Igreja da Idade Moderna e Conteporânea[]

Atualmente muitos evangélicos, têm denominado esse livros como apócrifos; por alegarem que neles existam erros geográficos e que não haja concretização de fatos narrados nesses livros, chegando a abdicarem da utilização dos mesmos nas suas listas, não os considerando por isso divinamente inspirados.

Deuterocanônicos do Novo Testamento[]

É importante dizer que também no NT existem livros deuterocanônicos. São eles Tiago, Hebreus, Apocalipse, 2 Pedro e 2 e 3 João. Assim como os livros deuterocanônicos do AT, estes também tiveram sua canonicidade contestada por muitos séculos.

Lutero chegou até mesmo não considerar canônicos Hebreus, Tiago, Judas e Apocalipse, que na sua tradução da Bíblia para o Alemão deixou-os num apêndice sem numeração de páginas. Depois os demais reformadores decidiram que estes livros deveriam voltar à Bíblia, pela larga utilização nas comunidades cristãs, mas não fizeram o mesmo com os deuterocanônicos do Antigo Testamento.

Deuterocanônicos nas primeiras bíblias cristãs[]

Como a história já registra, os deuterocanônicos já faziam parte da vida dos judeus através da tradução grega chamada Septuaginta ou Tradução dos Setenta (LXX).

Na vida da Igreja Nascente não foi diferente. A primeira tradução da Bíblia para o Latim, conhecida como Vetus Latina já continha os deuterocanônicos do AT.

A Vulgata, tradução empreendia por São Jerônimo no séc. IV também continha os deuterocanônicos do AT.

A primeira Bíblia impressa da história, conhecida como a Bíblia de Gutenberg (ver Projeto_Gutenberg) também já continha os livros deuterocanônicos do AT.

Até mesmo as primeiras versões protestantes como a KJV (King James Version) continham os deuterocanônicos do AT. Um exemplo é a versão original da KJV de 1611.

Bibliografia[]

  • BITTENCOURT, Benedito P. O Novo Testamento – Cânon – Língua – Texto. São Paulo: Aste, 1965
  • LIMA, Alessandro. O Cânon Bíblico - A Origem da Lista dos Livros Sagrados. São José dos Campos-SP: Editora COMDEUS, 2007.
  • PASQUERO, Fedele. O Mundo da Bíblia, Autores Vários. São Paulo: Paulinas, 1986.
  • ROST, Leonard. Introdução aos Livros Apócrifos e Pseudo-Epígrafos do Antigo Testamento. São Paulo: Paulinas, 1980.
  • SHELLEY, Bruce L. História do Cristianismo ao alcance de todos: uma narrativa do desenvolvimento da Igreja Cristã através dos séculos. São Paulo: Shedd, 2004.

Ver também[]

Ligações externas[]

45px-Smallwikipedialogo.png Este artigo utiliza material oriundo da Wikipédia. O artigo original está em Livros deuterocanônicos. A relação dos autores originais pode ser vista no histórico do artigo. Assim como acontece com a Cristianismo Wiki, o texto da Wikipédia encontra-se debaixo da Licença de Documentação Livre GNU.
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