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Cardinalarcoverde

Cardeal Arcoverde, primeiro cardeal da América Latina

Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti (Cimbres, 17 de janeiro de 1850Rio de Janeiro, 18 de abril de 1930) foi o décimo bispo nomeado de Goiás, décimo bispo de São Paulo; o décimo terceiro bispo e segundo arcebispo do Rio de Janeiro e o primeiro sacerdote brasileiro e latino americano a ser elevado ao título e dignidade de cardeal.

Nasceu em Cimbres, estado de Pernambuco, e era filho de Antônio Francisco de Albuquerque Cavalcanti e de Marcelina Dorotéia de Albuquerque Cavalcanti. Faleceu aos oitenta anos, no Rio de Janeiro, como seu arcebispo, estando sepultado na catedral daquela cidade.

Com treze anos, entrou para o Seminário Menor, em Cajazeiras, na Paraíba. Aos 16 anos, em 1866, seguiu para Roma, onde cursou Ciências e Letras, Filosofia e Teologia, tendo concluído seus estudos no Pontifício Colégio Pio Latino Americano.

Presbiterado[]

Foi ordenado sacerdote a 4 de abril de 1874, na Arquibasílica de São João Latrão. Por dois anos permaneceu estudando em Paris, regressando ao Brasil, em 1876, quando o bispo de Olinda, Dom Vital Maria Gonçalves de Oliveira, o incumbiu de estrutura o Seminário, no qual foi professor de Filosofia e reitor. Foi também pároco nos bairros recifenses da Boa Vista e Corpo Santo, e em Cimbres. Foi professor de francês no Recife e diretor do Colégio Pernambucano. Em 1888, Dom Pedro II o indicou para bispo auxiliar da Bahia, nomeação que não aceitou.

Episcopado[]

No dia 26 de junho de 1890, aos 40 anos, em virtude do regime do padroado, foi indicado, bispo de Goiás, o que foi confirmado pelo Papa Leão XIII.

Foi sagrado bispo, em Roma, no dia 26 de outubro de 1890, pelas mãos de S. Ema. Revma. Mariano Cardeal Rampolla del Tindaro, secretário de Estado da Santa Sé, sendo consagrantes: S. Ema. Revma: Domenico Cardeal Ferrata, secretário da extinta Congregação de Negócios Eclesiásticos Extraordinários; e Dom Antônio de Macedo Costa, então Arcebispo de Arquidiocese de São Salvador da Bahia. Renunciou ao cargo, no dia seguinte à sua sagração.

Transferiu-se para Itu, em São Paulo, onde passou a lecionar no Colégio São Luís, de propriedade dos jesuítas, que haviam voltado ao Brasil.

Em 26 de agosto de 1892, foi designado bispo auxiliar de Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho, arcebispo de São Paulo, que se encontrava doente. Recebeu a sede titular de Argos. Nesta função, foi incumbido de ir pessoalmente à Europa para contatar as congregações religiosas que deveriam vir ao Brasil para ações missionárias e de educação, quais foram: redentoristas, lazaristas e premonstratenses. Aos últimos foi confiado o Santuário de Bom Jesus e o Seminário do clero secular, na cidade paulista de Pirapora do Bom Jesus. Em 19 de agosto de 1894, estando em Paris, recebe a notícia do falecimento de Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho, e também é nomeado seu sucessor. A 30 de setembro do mesmo ano toma posse como décimo bispo de São Paulo.

A 24 de agosto de 1897, é elevado, pelo Papa Leão XIII, a arcebispo metropolitano do Rio de Janeiro, tomando posse a 31 de agosto de 1897.

Cardinalato[]

No Consistório do dia 11 de dezembro de 1905, presidido pelo Papa São Pio X, na Basílica de São Pedro, o criou Cardeal presbítero, do título de São Bonifácio e Santo Aleixo. Tornou-se , pois, o primeiro cardeal do Brasil e da América Latina.

Brasão e Lema[]

Descrição: Escudo eclesiástico, esquartelado. O 1º de blau, com uma torre de jalde, firmada num contra-chefe diminuto de sable, tendo em chefe uma Hóstia de argente, carregadas das letras IHS de sable. O 2º e o 3º de sinopla, com cinco flores-de-lis de jalde, postas em sautor – armas modificadas da família Albuquerque. O 4º de argente, mantelado de goles semeado de quadrifólios do primeiro esmalte (argente) e uma asna de blau brocante sobre o traço do mantelado – Armas da família Cavalcanti. O escudo assente em tarja branca. O conjunto pousado sobre uma cruz trevolada de ouro, entre uma mitra de prata adornada de ouro, à dextra, e de um báculo do mesmo, a senestra, para onde se acha voltado. O todo encimado pelo chapéu eclesiástico com seus cordões em cada flanco, terminados por seis borlas cada um, tudo de verde. Brocante sob a ponta da cruz um listel de blau com a legenda: DOMINI FORTITVDO NOSTRA, em letras de jalde.

  • Mais tarde, quando arcebispo, foram-lhe acrescentados: mais quatro borlas verdes em cada cordão, o pálio e mais um traço na cruz.
  • Quando foi criado cardeal, o chapéu eclesiástico foi substituído por outro, com seus cordões em cada flanco, terminados por quinze borlas cada um, tudo de vermelho

Interpretação: O escudo obedece as regras heráldicas para os eclesiásticos. O 1º campo, de blau (azul) representa o manto de Maria Santíssima sob cuja proteção o Cardeal pôs toda a sua vida sacerdotal, sendo que este esmalte significa: justiça, serenidade, fortaleza, boa fama e nobreza. A torre representa a Igreja, sendo de jalde (ouro) simboliza: nobreza, autoridade, premência, generosidade, ardor e descortínio; esta é a Igreja que está edificada sobre São Pedro e seus sucessores, representados pela rocha de sable (negro), esmalte que simboliza: a sabedoria, a ciência, a honestidade, a firmeza e a obediência ao Sucessor de Pedro. A Hóstia representa Nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor supremo da Igreja e da história, sendo de argente (prata) simboliza a inocência, a castidade, a pureza e a eloqüência. As letras IHS (IESUS HOMINUM SALVATOR) são a expressão do reconhecimento de Jesus Cristo como único salvador da humanidade. O 2º, o 3º e o 4º campos representam as armas familiares do bispo, originário da nobreza lusitana. Sendo que o 2º e o 3º foram tomados das armas antigas dos Albuquerques, permutando-se a cor goles (vermelha) do campo por sinopla (verde), numa referência ao nome “Arcoverde” do prelado, sendo que esta cor simboliza esperança, liberdade, abundância, cortesia e amizade. O 4º representa as armas da família Cavalcanti, sendo que a cor goles (vermelho) nele presente simboliza o fogo da caridade inflamada no coração do bispo, bem como valor e socorro aos necessitados. O lema traduz a solidez da fé do cardeal : “De Deus (vem ou é) a nossa fortaleza”.


Atividade e contribuições[]

Mesmo tendo sido curto o período em que exerceu o episcopado em São Paulo, o Cardeal Arcoverde teve importante atuação no sentido de superar os atritos com o novo regime republicano, principalmente no que se referia à extinção do ensino religioso nas escolas públicas. Foi ele quem fundou a Federação das Associações Católicas. Durante o seu governo foram iniciadas a construção de diversas igrejas tradicionais de São Paulo, como a de Bom Jesus, no bairro do Brás. Também foi ele que criou a tradicional Paróquia de Santa Cecília, nomeando seu primeiro pároco o Padre Duarte Leopoldo e Silva, futuro primeiro arcebispo de São Paulo.

Ordenações episcopais[]

O Cardeal Arcoverde foi o principal sagrante dos seguintes bispos:

  • Dom Luís Raimundo da Silva Brito
  • Dom Francisco de Paula Silva CM
  • Dom Antônio Augusto de Assis
  • Dom Agostinho Francisco Benassi
  • Dom Lúcio Antunes de Sousa
  • Dom João de Almeida Ferrão (Terra)
  • Dom Sebastião Leme da Silveira Cintra
  • Dom Antônio dos Santos Cabral
  • Dom Benedito Paulo Alves de Sousa

Foi co-celebrante da sagração episcopal de:

  • Dom Eduardo Duarte e Silva
  • Dom José Lourenço da Costa Aguiar
  • Dom José de Camargo Barros
Precedido por
Dom Cláudio José Gonçalves Ponce de Leão
Bispo de Goiás
1890 (renunciou, não tomou posse)
Sucedido por
Dom Eduardo Duarte e Silva
Precedido por
Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho
Bispo de São Paulo
1894-1897
Sucedido por
Dom Antônio Cândido Alvarenga
Precedido por
Dom João Fernando Tiago Esberard
Cardeal-arcebispo do Rio de Janeiro
1897-1930
Sucedido por
Dom Sebastião Leme da Silveira Cintra

Ligações externas[]


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